Por Gilvan Serfim Filho¹.
Correspondente: Loua Menezes.
Informações foram enviadas pela correspondente para compor um dos boletins da Coordenação das Associações Orquidófilas/CAOB e uma foto exclusiva da planta irá compor a capa do seu mais novo livro.
Loua Menezes (Engenheira Florestal e Bióloga, com especialização em botânica e ecologia), é autora de vários livros com contribuições voltadas à orquidologia e orquidofilia no Brasil, com forte influência Latina, Americana e também Europeia. Durante anos foi Diretora do Orquidário Nacional do IBAMA e coordenadora do Projeto Orquídeas do Brasil.
"A planta receberá o nome de Fernanda Montenegro, uma homenagem a grande dama do teatro brasileiro e que aos seus 90 anos, continua a encantar os brasileiros com suas interpretações magistrais", ressalta a pesquisadora.
Loua Menezes - Foto: Rubens Carlos Oliveira (Rubinho).
Faz um tempo que aguardamos mais uma das obras de Loua Menezes, o que sabemos até o momento é que a Cattleya nobilior 'Fernanda Montenegro', irá estampar a capa do tão esperado livro.
A Cattleya nobilior Rchb.f.: é um belo exemplar para se ter na coleção, se destaca pelo vivo colorido do labelo em contraste com suas pétalas e sépalas. Foi descrita pela primeira vez pelo botânico alemão Henrique Gustavo Reichenbach, em 1883, a partir de exemplares que foram coletados no Estado de Goiás, Brasil (Bianchetti, 2007; Freitas, 2019). A espécie é de hábito de vida epífito (utiliza outro vegetal como suporte, também chamado de forófito) ou rupícola (vivem sobre rochedos ou afloramentos rochosos), ocorrendo em matas secas e também vegetando em locais com longos períodos de estiagem e alta luminosidade (Menezes, 2014; Ostetto, 2015).
De acordo com Barros (2019, apud Freitas, 2019, p.10) "Quanto aos aspectos morfológicos, apresenta caule rizomatoso, com dois entrenós por rizoma, pseudobulbos claviformes e geralmente bifoliados com comprimento de cinco até 30 cm. Os lobos laterais do labelo recobrem quase que toda a coluna da flor e suas folhas possuem forma elíptica e oblonga, com inflorescência em pseudobulbo diferenciado sem folhas, que produzem de uma a três flores, a cor das sépalas e pétalas podem ser rosa, rosa-escuro, lilás e lilás-escuro, há ainda as alba, semialba, coerulea, rubra e outras variedades, florescem entre os meses de agosto a setembro."
Sobre o nome de clone ou cultivar, ele é estabelecido pelo descobridor, que pode ser um pesquisador e/ou cultivador, serve para reconhecer a planta dentre as demais da mesma espécie e de outras possíveis variedades. Deve ser escrito sempre com letras do alfabeto latino, também conhecido como alfabeto romano, iniciado por letra maiúscula e acompanhado por aspas.
Cattleya nobilior 'Fernanda Montenegro', um novo cultivar da espécie.
Fotos e cultivo: Loua Menezes - Brasília/DF.
Referências
Bianchetti, L. B. Cattleya nobilior Rchb.f. EMBRAPA - Recursos Genéticos e Biotecnologia - CENARGEN. Heringeriana, Brasília, v. 1, p. 9-10, jul./2007.
Menezes, L. C. Orchids / Orquídeas: Planalto Central Brasileiro. Brasília: Edição Ibama, 2014.
Ostetto, S. Orquídeas de Mato Grosso do Sul, p. 141, 2015.
Freitas, K. G. Crescimento in vitro de Cattleya nobilior Rchb.f.: Meios de Cultura, Sistema de Micropropagação e Irradiância - Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Agronômica - Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul, 2019.
Excelente texto! 👏